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terça-feira, junho 07, 2005

Cap. VI - Medo!

Pode ler o Cap. I -A Caixa em As Sombras.
Cap. II - A Espiral em l'Chaim Shedim
Cap. III - A Morta em Crónica das Horas Perdidas
Cap. IV - A Fanfa em Devaneios
Cap. V - Uma explicação em As Sombras


- Caixa de Pandora?!!??! - retorquiu Pedro - Caixa de Pandora?!?!?! Eu sei lá o quem é a Pandora! Eu sei é que levava uma vida pacata até a senhora me ter dado a caixa dessa Pandora!
- Não está a perceber! - disse Júlia começando a ficar aflita. Sabia lá ela porque tinha dado a caixa àquele homem - Na altura pareceu-me uma boa saída, mas agora? - pensava ela, quando Pedro, mais calmo, continuou.
- Não pode imaginar o que essa caixa já procovou no meu dia! De manhã oiço na rádio que um Mercedes preto tinha tido um acidente, que havia um morto que era do Egipto e que se suspeitava de crime. Depois foi um homem esquisito lá à loja que me ameaçou maltratar fisic...
- Um Homem?!?! Como era esse homem?
Entretanto, Faíca conseguira esgueirar-se da cozinha até junto deles, e começou a andar à roda sobre si mesmo como que a dizer ' Então pá, leva-me lá à rua' , Pedro ordenou-lhe que parasse e que voltasse à cozinha. Respondeu a Julia, que o olhava já desesperada:
- Bem, era alto, estava muito bem vestido, parecia-me um cliente, mas depois quando me dirigi a ele, disse que eu tinha que lhe entregar a caixa senão punha em causa a minha timgridade fisica. Percebi disto, que ele me bate ou me mata se eu não lhe der a caixa. Ah!Também sabia exactamente onde estava a caixa, que foi o que me assustou mais. - fez um silêncio e olhou para Júlia que estava agora com os olhos vidrados na caixa. As lágrimas caíam-lhe pela cara abaixo, parecia perdida.
- Mencionou-lhe algum nome? - disse sem levantar o olhos. Pedro voltou a concentrar-se no que ela lhe pedia, pois a imagem daquela bela mulher, ali, no seu maple, tão indefesa - ainda que não se chamasse Perpétua - era uma imagem que nunca mais se iria esquecer para o resto da vida - até porque a vida dele poderia estar a acabar em pouco tempo. Disse então:
- Sim. Espiral, se não estou em erro. Espere - foi com a mão ao bolso das calças - Deu-me este cartão.
Entregou-o a Júlia que ficou preplexa a olhar o cartão. Conhecia bem aquele pentagrama invertido,a espiral e a imagem de Ísis, mas como a teriam encontrado ali?
- Por favor, não fale disto com ninguém. É um assunto muito delicado. E complidado de explicar. - disse.
Nisto, batem à porta! Gelaram os dois! Quem seria? Se fosse alguém da Espiral, não viria pela porta da frente, com todo aquele aparato ali defronte.
-Esconda-se na cozinha..não, melhor, vá lá para cima para o meu quarto, lá estará segura. E leve a caixa da Pandora consigo. - disse Pedro enquanto lhe indicava as escadas de acesso ao andar de cima. Chamou o Faísca para ao pé de si.

Certificava-se que não havia indicios que estava mais alguém em casa, quando bateram outra vez à porta, desta vez com pancadas mais fortes. Tomou-se de coragem e abriu a porta. Do outro lado estavam dois individuos altos e bem vestidos, por momentos invadiu-lhe o medo, seriam eles?
Mas logo os homens se identificaram, eram dois agentes da PJ. Andavam a recolher testemunhos dos vizinhos, vinham agora de falar com a D. Margarida.
- Queríamos fazer-lhe algumas perguntas, podemos entrar? - Disse o agente Peixoto. Pedro estremeceu.
- Não! - saíu-lhe - Quero dizer, não porque ía agora mesmo passear com o meu cão antes que ele me faça alguma asneira cá em casa! - tentando ser engraçadinho.
- Então não se importa que o acompanhemos na volta? - retorquiu o Inspector Tinoco.
Pedro, de repente até se sentiu aliviado, poderia ir dar uma volta sem medo que lhe aparecesse o outro matulão da tal Espiral.
- Claro! - disse com o ar mais calmo deste mundo, mas sentido um terror imenso por dentro. Saíram. Pedro fechou a porta deitando um último olhar à escada por onde tinha subido aquela mulher que num só dia tinha virado a sua vida ao contrário.

O Inspector Tinoco começou:
- A sua vizinha, a D.Margarida, disse-nos que viu ontem à noite a senhora que vivia diante de si, ir a sua casa. É verdade?
Pedro sentiu os seus tin-tins a ficarem pequenos. O que havia ele de responder?
- E disse-nos também que levava algo nas mãos, um objecto do tamanho de um tijolo ou algo assim, que, depois quando voltou para sua casa, já não trazia consigo.
Pedro lembrou-se da coisa mais estúpida que podia ter dito:
- Era um tupperware cheio de restos de comida. Disse-me que era aqui para o Faísca. Tinha-lhe sobrado de um almoço ou qualquer coisa, e trouxe-me para não deitar fora. Porque lhe fazia pena, com tanta gente com fome no mundo, sabe como são as mulheres!? - saíu-lhe tudo meio atrapalhado, mas parecia-lhe que os agentes estavam convencidos.
- E, não lhe disse nada? Não lhe pareceu nervosa? - perguntou o Inspector
- Não, sabe, eu não a conheç... cia bem! Por acaso achei estranho que ela me viesse trazer aquilo mas... bom! Sabe como são as mulheres.
- Bom. Por agora é tudo. Mas mantenha-se em contacto, podemos precisar de voltar a falar consigo.
- Claro, senhor polícia.
Os dois agentes afastavam-se, enquanto Pedro chamava Faísca que, entretanto já andava a correr atrás do gato da D.Margarida. Seguiram para casa. Entraram, Faísca foi direito à cozinha e Pedro olhou para a escada.
- Júlia? - chamou baixinho - Já se foram embora! Júlia?
Lá de cima nem um barulho. Teria saído de casa? Ou teria sido raptada na sua ausência? Subiu de rompante a escada e procurou -a no seu quarto. Lá estava ela, dormindo como um anjo. Havia de estar estoirada!

De repente Faísca começou a ladrar na cozinha. Pedro, como que acordando de repente daquele sonho angelical, desceu a escada e foi mandar calar o cão não fosse ele acordar aquela ninfa mas, chegando à porta da cozinha estacou o passo, pressentiu que Faísca ladrava para alguém.
Estava alguém na cozinha...



Leiam a continuação pela MissM.

8 comentários:

Machadix disse...

mui bien, a gaguez do moço sim srª

Blackmarrow disse...

Gostei. Deixa lá ver quem é que estava na cozinha. Até agora tem havido um suspense muito bem conseguido.
Na minha imaginação o Pedro era um bocadito mais culto, mas Caixa da Pandora também está fixe. Nunca mais sabemos é o que tem a porcaria da caixa para se chamar Pandora?!

roque disse...

gostei bastante pás...

Yakunna disse...

Eu pus o bacana assim meio tosco, para dar uma certa leveza à estória. E a cena da Caixa DA Pandora, foi pq, e desculpem a minha ignorancia, tive que ir investigar a história da cx e então lembrei-me de retratar essa cena na ignorância dele. he he. alguém terá de lhe explicar então porquê Pandora!

NSC disse...

E mais: o Faísca ganha aqui mais importância. É o pretexto para Pedro levar os polícias para longe de casa; para justificar a entrega da caixa; e é ele que cheira o gajo(a) que está na cozinha. Grande Faísca!

Inspector Tinoco e agente Peixoto também está bem, sim senhor. Será que os iremos ver nalguma escuta a comer donuts?

Yakunna disse...

Devo confessar que o protagonismo do faísca deve-se à Onda. Qd lhe li a narrativa toda de seguida ela só ficava contente qd se falava do faísca, por isso achei por bem menciona-lo mais vezes e dar-he um lugar de destaque.

ps: o I.Tinoco, existiu mesmo, era um gajo da PIDE-DGS, daqueles que torturavam as pessoas na Rua da Morte Lenta. claro que tudo o que fôr possivel fazer para os expôr ao ridiculo será bem recebido!! lol

NachtEldar disse...

Gostei. E tens promenores espectaculares: a gaguez, a incultura do Pedro, a Caixa da Pandora...
Isto está a ficar composto...
Cumprimentos

roque disse...

peço que me desculpes nhua, mas a parte da caixa de pandora não me seduz muito... pelo menos visto numa caixa a andar de mão em mão...